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Você precisa assistir O Diretor Nu, da Netflix



Não é todo dia que as indicações da inteligência artificial da Netflix acertam comigo, visto que normalmente 90% do que me indicam eu não vejo nem o trailer, mas preciso dizer que ela acertou em cheio com O Diretor Nu (The Naked Director), uma série japonesa dirigida por Masaharu Take.

Eu, que passei grande parte da vida vendo desenhos japoneses, confesso que sempre tive dificuldades para ver séries de lá com atores de carne e osso. Isso porque as poucas que eu vi tinham diversos problemas que iam desde roteiro fraco a atuações ruins. Algumas produções eram piores que as recicladissimas novelas brasileiras atuais.

Mas O Diretor Nu é diferente disso, pois além de ser baseada numa história real, conta com ótimas atuações e um roteiro que, na minha opinião, tem um ritmo muito bom. Além disso, possui uma ambientação histórica incrível, visto que a série se passa nos anos 1980 e retrata diversos períodos importantes para a história do Japão.



Basicamente, a obra nos mostra um pouco sobre a polêmica história da indústria pornográfica japonesa no pós-guerra, onde o país cultivava fortemente os valores tradicionais, mas os avanços da tecnologia permitiam que a população cada vez mais conhecesse o mundo ocidental e começasse a se interessar pela sua cultura popular e, por consequência, a cultura do prazer sexual.


Nisso, somos apresentados a Toru Muranishi, vivido pelo excelente ator Takayuki Yamada, um vendedor de enciclopédias de inglês que tem sérios problemas no trabalho e em casa. Consumidor de revistas para adultos, Muranishi é demitido após sua empresa sofrer um assalto e decide usar os conhecimentos aprendidos como vendedor para trabalhar com revistas pornográficas. Ao mesmo tempo, temos a jovem Megumi, interpretada por Misato Morita, uma estudante universitária que vive sob um forte regime religioso em sua casa, onde ela precisa esconder sua sexualidade fora do comum para os padrões conservadores.



A história avança até o mundo dos filmes pornôs após alguns infortúnios no novo ofício de Muranishi e algumas decisões de Megumi, onde ele se torna diretor de filmes e começa a utilizar métodos fora do padrão para mudar a cara do mercado e ela decide enfrentar não só sua mãe religiosa, mas toda a sociedade japonesa. Nisso, a série acaba mostrando o envolvimento dos personagens com a Yakuza, empresários sem escrúpulos, policiais corruptos, jovens viciados em pornografia e até um pouco da relação histórica entre Estados Unidos e Japão.

O Diretor Nu não dá muita margem para continuação, mas seus oito episódios são suficientes para contar bem a história e não deixam nenhuma ponta solta, ou seja, é perfeita para aquela maratona de final de semana.

Enfim, é uma série intensa, que passeia entre o drama e a comédia (pelo menos para nós do ocidente) e mostra muito da realidade que as pessoas gostam de esconder. Obviamente, é uma produção para maiores de idade e tem muitas cenas pesadas, mas merece sua atenção.

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