Demorei um tempo para assistir The Mandalorian, a primeira grande série exclusiva do serviço de streaming da Disney (que ainda não está disponível no Brasil, por sinal). Por não ter visto enquanto os episódios saíam, tomei todos os spoilers possíveis e imagináveis sobre o tal Baby Yoda, a nova forma que a casa do Mickey arrumou para tirar dinheiros dos fãs de Star Wars, mas não tive detalhes de como era a trama da série com ele, o que me deixou um tanto curioso.

Mesmo assim, acabei pegando uma espécie de ranço pelo personagem que, apesar de fofinho, era um claro fan service daqueles bem forçados. Qualquer um na galáxia que viu Star Wars sabe que o Mestre Yoda já tinha morrido na época em que a série se passa! Mas aí, nos últimos dias das minhas incríveis férias, decidi assistir à série e entendi porque todo mundo gostava tanto do personagem.

Pra quem não sabe, The Mandalorian se passa entre os filmes 6 e 7 da franquia Star Wars, logo após a derrubada do Império pela Aliança Rebelde e, um pouco antes da formação da Primeira Ordem e da Resistência, que embalam a trilogia mais nova.

É a história de um mandaloriano, da mesma espécie do famoso Boba Fett. Não sabemos seu nome e nem vemos seu rosto, já que faz parte do código deles não mostrar o rosto para os outros, e acompanhamos sua jornada para buscar um "objeto" e entregá-lo a membros do Império num conjunto de planetas mais distante, onde ainda há resquícios da guerra.

No meio disso tudo (muitos detalhes serão spoilers), somos apresentados a The Child, uma criatura da mesma raça Mestre Yoda, e não sua versão infantil. Apesar de ter 50 anos, ainda é um bebê, que adora objetos brilhantes e comer bichos parecidos com sapos. A história nos explica que o tempo pode ser diferente nessa raça e que talvez possa viver milhares de anos.


Mas o que nos fez amar The Child? Não acho que seja o personagem em si, já que ele tem poucos traços de personalidade, mas tenho clara convicção que é a dinâmica entre o bebê e Mando (como todo mundo chama o mandaloriano). Não é uma grande novidade em roteiros, visto que muitos filmes, séries e animes utilizam o artifício de usar uma criança e um adulto meio que em pé de igualdade para atrair o carisma de diversos públicos.

É fato que a escolha de o personagem ser da mesma raça que o Yoda foi só para chamar a atenção dos fãs, mas depois de assistir não acho que tenha sido uma escolha ruim. Foi ótima, pois sabemos que pode existir uma pré-disposição para o uso da força (ops, spoiler) e o Yoda sempre teve um lado cômico, o que ajuda a quebrar um pouco o teor sério que a série propõe. E vamos ser sinceros: sabemos que Star Wars não é apenas para adultos, então, sim, pode ter momentos mais infantis.

Gostaria que o Episódio 9 fosse tão brilhante quanto The Mandalorian, mas nem tudo é como queremos. São coisas da vida. O importante é que The Child é um ótimo personagem dentro de um ótimo universo que conta histórias às vezes boas e às vezes ruins. Isso é Star Wars.